terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Seis tendências econômicas de crescimento até 2020

De Bain & Company - Consultoria de Negócios  
Os sobressaltos atuais observados na economia global indicam mudanças profundas e estruturais que definirão a agenda dos negócios no futuro, de maneira que nos próximos anos será possível esperar uma série de choques que redefinirão as opções que as empresas terão para se adaptar e crescer. Pensando nisso, a Bain & Company, uma das maiores consultorias de negócios do mundo, analisou as seis principais tendências de trilhões de dólares em torno das quais o crescimento global irá se estruturar até 2020: 


Descentralização da concentração de riquezas
A consultoria estima que o Produto Interno Bruto mundial atingirá o patamar de US$ 90 trilhões em 2020, dos quais 58% serão advindos dos países desenvolvidos, proporção inferior à observada atualmente, em que as economias desenvolvidas correspondem a dois terços do PIB mundial. A riqueza crescente das economias dos países emergentes trará mais variedade de produtos de consumo a um grande número de novos consumidores. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 será de dez trilhões de dólares. 

Infraestrutura antiga, novos investimentos
No caso dos países desenvolvidos, a infraestrutura essencial precisará ser reformada e ampliada. Frente a um cenário de finanças públicas sob pressão, haverá oportunidades crescentes para parcerias público-privadas. Nas economias emergentes, será necessário que a infraestrutura se desenvolva continuamente para acomodar o crescimento e definir as fundações da expansão futura. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 será de um trilhão de dólares.
Intensificação da disputa por recursos finitos
O crescimento da população, o aumento das atividades industriais, a urbanização e a elevação da prosperidade provocarão uma luta por produtos básicos, em particular por alimentos, água, energia e commodities industriais, hoje sob domínio das economias desenvolvidas. As empresas deverão continuar investindo no planejamento de cenários para se prepararem para os choques e para manterem a flexibilidade dos seus modelos de negócios. Duas consequências decorrem diretamente desse cenário:
Militarização após industrialização
Com o poder econômico se movendo para a Ásia, os poderes político e militar também são movimentados. Na China, onde os gastos com defesa aumentaram nos últimos anos, em termos reais e como proporção do PIB, as despesas militares em 2010 atingiram o valor de 160 bilhões de dólares, um aumento de 6,7% em relação ao ano anterior, de acordo com os dados mais recentes disponíveis. Este investimento crescente está fazendo com que seus vizinhos respondam com mais investimentos em defesa, elevando o risco de conflitos nas rotas comerciais do Oceano Índico e do Mar da China Meridional. No curto prazo, o desenvolvimento militar apresentará oportunidades para vendas de armas dos fabricantes norte-americanos e europeus até que os países compradores possam aumentar a sua própria produção. Ao mesmo tempo, nações e empresas gastarão mais em medidas para enfrentar o risco crescente de terrorismo, ameaças de revoltas em zonas de conflito e o novo desafio da guerra cibernética. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 é de um trilhão de dólares
Aumento crescente da produção primária
O crescimento da demanda em mais países por petróleo e gás natural, grãos e proteína, água potável e minérios provocará volatilidade nos preços e escassez momentânea de algumas destas commodities na próxima década. A volatilidade e a inflação dos preços das commodities aumentarão com o passar do tempo, pois além do aumento da demanda, esses insumos estão cada vez mais inter-relacionados. O investimento em medidas de conservação, fontes alternativas e tecnologia aumentará em algumas áreas, porém novas fontes de combustível fóssil devem reduzir os incentivos econômicos em energia alternativa. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 é de três trilhões de dólares. 

Populações mais inteligentes e mais saudáveis 
O maior estímulo para crescimento no longo prazo é o desenvolvimento do capital humano, que move a economia e que pode vencer restrições de recursos. O crescimento da maior parte das economias emergentes ultrapassa neste momento os investimentos em saúde e educação de suas populações, criando potenciais restrições ao crescimento, mas também oportunidades para preencher as lacunas existentes. Há duas tendências advindas dessa conjuntura:

Desenvolvimento do Capital Humano
A enorme migração da população do campo para a cidade alterou a paisagem das economias de rápido crescimento, porém a infraestrutura social não melhorou na mesma velocidade. As ampliações do acesso à educação a um sistema de saúde básico e a uma rede de segurança social mais forte absorverão uma proporção muito maior de investimentos do que no passado. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 é de dois trilhões de dólares.

Manutenção da saúde dos mais ricos
Com a população das economias desenvolvidas envelhecendo, surgirão mais e melhores tratamentos médicos, além de mudanças nos sistemas de pagamento para elevar a eficiência do gasto com saúde. Tudo isso estimulará, nos governos, a inovação e as reformas. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 é de quatro trilhões de dólares. 

Uma nova onda de inovação tecnológica
Já é possível observar inovações que alterarão a maneira como se vive e se trabalha nas economias mais desenvolvidas e que vão impulsionar a nova geração de empreendedores. Tecnologias, como as impressoras 3D, possibilitarão a produção de pequenas quantidades de produtos altamente personalizados, com custos cada vez menores. Melhorias contínuas nos sistemas de comunicação e nas tecnologias de rede darão mais mobilidade às pessoas. Estimuladas por tais inovações, as economias mais desenvolvidas poderão acelerar na direção de uma nova trajetória de desenvolvimento na próxima década. Cada vez mais, a inovação acontecerá de outras maneiras, além das tecnologias recentes, como o SnapChat e o Apple Watch, por exemplo. As empresas investirão mais em inovações sutis (“mudanças de hábito”), que demandam maior preço e uma grande variedade de produtos de nicho de mercado. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 é de cinco trilhões de dólares. 
A preparação para a próxima grande novidade
As inovações tendem a acontecer em ondas, e cinco potenciais plataformas prometem florescer nos próximos dez anos: nanotecnologia, biotecnologia/genômica, inteligência artificial, robótica e conectividade onipresente. Em muitos casos, os desenvolvimentos das tecnologias vão se ajudar mutuamente. Os avanços em nanotecnologia, por exemplo, contribuirão para melhorar o potencial computacional necessário para novas descobertas em inteligência artificial. À medida que as tecnologias deixam de ser conceitos de pesquisa e protótipos e passam a ser utilizadas em produtos de consumo acessíveis e em novos processos de fabricação, elas melhorarão a eficiência de maneira decisiva e acelerarão o crescimento, o que acontecerá sobretudo no fim da década. Sua contribuição estimada ao PIB global em 2020 é de um trilhão de dólares.



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