Por Vitor Lima
“Para mim o café não é só um produto. É a minha paixão”. É assim que Agostinho Douglas Andrade Ramos, 32 anos, refere-se à iguaria, uma das maiores paixões dos brasileiros. Ele é o proprietário do Cereja do Café, negócio inaugurado em dezembro, em Santo André. O local destaca-se por ser a primeira cafeteria do ABC a fazer a torrefação do produto no próprio estabelecimento.
Apaixonado por café, Ramos abriu o negócio após diversos estudos sobre a bebida | Foto: Hugo Silva |
Ramos - que possui formação como barista, é mestre em torra e especialista em degustação e classificação de grãos - pensava na criação do negócio há dois anos. Neste ínterim, ele definiu o modelo de negócio e estudou mais, é claro, sobre café. Mesmo assim, o barista mostra-se humilde quanto ao assunto: “Costumo dizer que ainda sou um peixinho no mar, porque o café tem muitas informações”, diz.
Além de servir a bebida, o local também funciona como uma loja especializada na comercialização de grãos, café em pó e utensílios para todas as formas de preparo. De acordo com o barista, o principal objetivo da Cereja do Café é oferecer aos clientes o “verdadeiro sabor do café”. “Eu acho um absurdo o que algumas cafeterias daqui do ABC fazem com o público. Eles ainda têm a capacidade de falar que o pessoal daqui não tem paladar. Isso é um absurdo. Não é que eles não têm paladar, é que eles não têm escolha”, critica.
Torrefação, moagem e degustação
O mais importante no Cereja do Café, de acordo com o proprietário, é a qualidade do produto. O estabelecimento trabalha apenas com grãos oriundos de regiões tradicionais no cultivo do fruto, como o sul e o cerrado de Minas Gerais. Ao contrário dos cafés vendidos nos mercados convencionais, que são extraídas da planta tipo Conilon, Ramos só utiliza grãos 100% arábica.
Torrefação e moagem do café são feitos no próprio local | Foto: Hugo Silva |
Antes da xícara de café satisfazer os clientes, existe um processo artesanal comandado pelo barista. Após os grãos chegarem ao local, o proprietário concentra-se no processo de torrefação, que é importantíssimo para o aroma e sabor da bebida. Nele, os grãos são expostos a altas temperaturas entre 15 e 20 minutos (o tempo exato depende de uma série de fatores: do tipo do grão, da altitude em que ele é colhido e do clima, por exemplo). Após isso, o café deve descansar entre oito e 12 dias para, depois, passar pela moagem. “Eu prefiro não fazer toda a moagem de uma vez para deixar (o pó) embalado. Porque após 45 dias do café moído, ele começa a perder sabor e aroma”, explica o barista.
Depois da moagem, chega o último momento do preparo do café antes da degustação. No Cereja do Café essa etapa pode ser feita de diversas formas: da maneira mais tradicional (coado), na prensa francesa ou na cafeteria italiana. “Como eu sou barista, tenho que saber toda a história do café e todos os modos de preparo”, conclui.
O Cereja do Café fica na Rua das Hortências, 1117, Vila Linda, em Santo André, e funciona de segunda a sexta-feira das 7h30 às 18h30 e aos sábados das 9h às 18h. Tel.: 2786-3419. Site: www.cerejadocafe.com.br.
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