quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Nossa defesa em relação ao novo

Por Benício José Filho*

Recentemente, analisei um estudo feito pelo Instituto Global de Empreendedorismo sobre inovação e novos negócios ao redor do mundo. Neste estudo, o Brasil está no topo com uma incrível marca de 16% da população que se define como empreendedora, porém o mesmo estudo compara o ranking dos mesmos países em relação a inovação. Neste ranking caímos para o último lugar no estudo que avalia 22 países. Como empreender gerando empresas de impacto em nosso País ou ainda pelo mundo se inovamos tão pouco? A grande questão deste estudo é a definição do que é empreendedor. 

Foto: Arquivo
Sabe aquele ser humano inconformado com as mesmas respostas, insatisfeito com a maioria das coisas que compra ou consome, formador de conhecimento e que insiste em novas abordagens para problemas antigos? Pois bem, este é o chamado empreendedor de impacto ou ainda o empreendedor por oportunidade. Quando alguém com esta mentalidade resolve abrir uma empresa ele não irá abrir mais do mesmo. Nunca será uma opção para ele apenas utilizar algum recurso acumulado como o ponto essencial para a abertura de um negócio. Nestes casos, a grande maioria das empresas nascidas não tem nenhum sentido ou mesmo utilidade para o mundo. Mais de 70% de todas as empresas abertas no Brasil partem do princípio da necessidade. Este cenário não é muito diferente no resto do mundo. Quando o motivo que leva alguém a constituir um CNPJ é apenas ganhar alguma remuneração financeira posso garantir que as chances de sucesso neste negócio, ou ainda passar pelo vale da morte dos cinco primeiros anos, é praticamente impossível.

Chamo este artigo de “nossa defesa em relação ao novo”. Minha reflexão sobre este tema parte basicamente do modelo de negócios das startups. Fico assustado com a quantidade de pessoas falando sobre o tema startups sem ao menos saber como de fato o modelo de negócios destas empresas. Porém me assusta ainda mais as pessoas que não conhecem o modelo de startups e mesmo assim, temendo o novo, disparam a proclamar um monte de incoerências ou ainda mentiras sobre o tema. A verdade é que a grande maioria das empresas têm medo deste modelo de negócios. Por quê? Porque agilidade em resolver problemas, testar as soluções desenvolvidas e validá-las com seus clientes monetizando este produto ou serviços é algo feito com tanta velocidade por uma startup que os modelos tradicionais de negócios, sofrem com sua lentidão e burocracia. Anos de gestão complicada criam dentro destas estruturas empresas que prezam tudo, menos a satisfação do cliente. 

Quem já empreende e quem quer empreender, deveria se debruçar sobre o tema das startups com seriedade e honestidade. Não é simples entender como um modelo de negócios tradicional pode adotar o conceito das startups e ganhar a agilidade tão necessária para o mundo de hoje. Entenda que agilidade não é a falta de qualidade ou correr por correr apenas. Agilidade em uma startup é a capacidade desta mesma de responder as mudanças do mundo e dos clientes para poder colocar no mercado novos produtos ou derivação dos mesmos sem perder a oportunidade do mercado e, assim, crescer rapidamente em clientes monetizando sempre. 

Dias atrás, finalizei a leitura de livro que pode ajudar aquele leitor que com seriedade quer se debruçar sobre o tema das startups e aprofundar seu conhecimento, abrindo novas formas de empreender. Considero um manual moderno de empreendedorismo. O livro é “Startup: Manual do Empreendedor” O Guia Passo a Passo para Construir uma Grande Empresa.  Autor, Steve Blank e Bob Dorf. Convido você, leitor, a mergulhar neste universo e como chamamos no mundo das startups “pivotar”, isto é, mudar o rumo seu negócio, quando necessário, aplicando o conhecimento adquirido ou ainda, empreender novamente! 

Para conhecer mais o que tenho feito neste universo, acesse www.palestraseconteudo.com.br.

*Benício José Filho é professor de Empreendedorismo na Universidade Mauá e presidente do Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul (ITESCS). Ele promove e fomenta a atividade tecnológica e o empreendedorismo no ABC.



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