Da Redação
Hoje (19) é celebrado o Dia Nacional da Inovação, palavra de apenas oito letras, mas com amplos significados. Para o Dicionário Houaiss, é “aquilo que é novo”. Quando aplicado o conceito à indústria, pode ser entendido como “a implementação de um produto, bem ou serviço significativamente melhorado”, segundo o Manual de Oslo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O conceito também se aplica ao processo produtivo, desde que as ideias novas se transformem em resultados sustentáveis.
Guto Ferreira é o presidente da ABDI | Foto: Divulgação |
A inovação é hoje uma necessidade competitiva e de sobrevivência para as empresas do mundo moderno. O Brasil precisa ainda consolidar uma cultura da inovação. “Precisamos aproveitar a oportunidade histórica de fazer avançar nossa indústria, nossa economia e nosso País, rumo a uma nova era, que vai mexer profundamente com a economia global e com a própria forma como as sociedades estão organizadas”, afirma o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira.
Para se ter uma ideia da velocidade das transformações, mais de 90% do volume de dados do planeta foram produzidos nos últimos dois anos, conforme estudo da IBM. Quem está fora desta nuvem está fora do mercado, avalia o presidente da ABDI. Atenta a isso, a agência brasileira, que gera inteligência para o setor produtivo, aponta sete caminhos para a inovação no país rumo à revolução da indústria 4.0:
1. Apostar em startups
As startups estão ganhando força junto à indústria tradicional. Segundo dados do programa Conexão Startup Indústria, o Brasil tem um número grande de empresas visionárias que já estão se relacionando com startups: 91 de 408 indústrias pesquisadas, ou 22%, das indústrias transformadoras do País já fizeram ao menos uma compra de startups. Das que ainda não fizeram, 21% já estão se preparando.
2. Melhorar o processo produtivo
O programa Brasil Mais Produtivo – coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) –, apoia a inovação nos processos de quase 3 mil indústrias, com ações rápidas, de baixo custo e de alto impacto. Através de um trabalho de capacitação de empresas, a produtividade média delas aumentou em 51,8%. A Rede Nacional de Produtividade e Inovação (Renapi), projeto da ABDI, também auxilia na busca de soluções transversais para questões locais e regionais do desenvolvimento produtivo.
3. Investir em internet das coisas (IoT)
A aglomeração urbana proveniente do mundo moderno leva ao desafio da criação de soluções para novos problemas. Buscar, por exemplo, a integração de diferentes soluções de hardware e software em cenários físicos e virtuais é uma necessidade para modernizar as cidades do século 21 com reflexos na competitividade das empresas. A ABDI, em parceira com o Inmetro, criou um Ambiente de Demonstração de Tecnologias para Cidades Inteligentes. Testes para comprovar a eficiência das tecnologias criadas por empresas brasileiras irão viabilizar a evolução das cidades. Mais de 130 ideias foram cadastradas pela ABDI para desenvolvimento.
4. Ampliar conhecimentos
Inteligência para a competitividade é o foco do Observatório da Produtividade, projeto de compartilhamento de informações, análises, estudos aplicados e documentos para atender ao setor produtivo e aos gestores públicos e privados.
5. Planejar construções eficientes
A ABDI também atua para impulsionar a indústria da construção civil. A partir de tecnologia de modelagem virtual de construção, conhecida como BIM (Building Information Modeling), é possível promover maior transparência e controle de toda informação física, financeira e de desempenho do empreendimento. O BIM permite ainda a redução de prazos e custos, simulações e correções prévias à construção. A ABDI trabalha para orientar e padronizar as normas de construção e tornar a biblioteca de componentes BIM mais acessível para os projetistas.
6. Buscar soluções integradas
Desenvolver novas tecnologias a partir da conexão entre indústria, governos, empreendedores e setor varejista é o objetivo do Laboratório de Varejo, que vai desenvolver testes em menor escala e em ambientes demonstrativos. O projeto é desenvolvido pela ABDI e pelo MDIC.
7. Investir em energias alternativas
Em razão dos problemas de mobilidade urbana e efeito estufa, novas tecnologias de propulsão vêm sendo desenvolvidas. O carro elétrico, por exemplo, é uma determinação em países de todo o mundo. A França e a Inglaterra já sinalizaram que até 2040 não comercializarão mais veículos que utilizem combustíveis fósseis. A ABDI faz parte do grupo de trabalho que discute o tema em conjunto com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O Programa Rota 2030 vai definir as diretrizes de implementação do modelo elétrico no país.
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