Da Redação
O Sebrae esteve presente na vida de Daniel Tamborim em dois momentos decisivos de sua trajetória como empresário, mas separados por décadas. No primeiro contato com a instituição, em 1992, Tamborim era um jovem recém-saído da Aeronáutica que pensava em se tornar empreendedor. O Sebrae o orientou em sua primeira atividade, ainda no interior paulista, como luthier, o profissional que trabalha com a construção e manutenção de instrumentos musicais. Ainda nessa fase inicial, Tamborim também foi auxiliado pelo Sebrae em alguns outros empreendimentos, como uma carrocinha de cachorro-quente e uma videolocadora.
Apesar do sucesso nesse período, Tamborim resolveu investir na especialização em luthearia e mudou-se para a Europa, onde estão concentradas as mais prestigiadas casas do ramo. Anos depois, ele voltou com novas ideias de negócios e, em 2012, recorreu novamente ao Sebrae, mas, desta vez, em uma operação bem mais complexa, envolvendo a importação de instrumentos musicais.
“Além do trabalho tradicional como luthier, eu decidi me tornar importador de instrumentos musicais da Europa. O problema é que eu não sabia exatamente como colocar preços em produtos importados, calcular as margens, levando-se em conta a variação da taxa cambial”, conta o empreendedor.
Tamborim ressalta que o Sebrae foi essencial para que ele pudesse iniciar essa fase de importador sem o risco de ver o negócio naufragar por conta de erros na formação de preço – um fenômeno comum a empresas que se equivocam justamente neste quesito fundamental. “Imagine o que aconteceria, com a variação cambial que ocorreu depois, se eu não soubesse como tratar essa questão da formação do preço de importados?”, questiona.
Consolidada como modelo de negócio, a Daniel Tamborim Luthearia, localizada na capital paulista, atua em diversas frentes de negócios. Por exemplo, ele dá cursos no Brasil e na Colômbia para formar novos luthiers, profissão carente de mão-de-obra especializada. “Acho muito importante disseminar o conhecimento que aprendi. E não vejo problema em eventualmente ter um novo concorrente no mercado, já que há muita demanda a ser atendida”, ressalta.
Tamborim lista vários casos de músicos famosos que recorreram a seus serviços quando seus instrumentos tiveram que ser reparados às pressas em meio a agendas lotadas de apresentações, como ocorreu com o jazzista norte-americano Wayne Shorter, que o acionou para consertar seu saxofone quando veio tocar no Brasil. “Ele queria um atendimento rápido e preciso, já que precisava fazer um show. Apesar do meu nome, eu só conserto instrumentos de corda e sopro”, brinca ele.
O último grande lance como empresário foi a criação de sua própria marca de instrumentos musicais, a Coreto. “Os instrumentos são fabricados por encomenda na China, mas toda a concepção do produto e o controle de qualidade são feitos por nós aqui do Brasil. Isso garante o padrão de excelência que pretendemos oferecer aos nossos clientes”, conta o empreendedor.
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