Da Redação
A produção industrial brasileira recuou 1,8% entre fevereiro e março. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador continua sem registrar desempenho positivo em 2017 (neste tipo de comparação), que também teve uma queda de 0,4% e uma estabilidade na produção em fevereiro.
A produção cresceu 1,1%, na comparação com março de 2016, e 0,6% no acumulado. Na média móvel trimestral, houve recuo de 0,7%. Em 12 meses, o indicador acumula queda de 3,8%.
Apesar da queda no período, houve crescimento de 1,1% em relação a março de 2016 | Foto: AgBr |
Para o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian "os números mostram que a recuperação ainda não começou. Apesar disso, é possível afirmar que, de uma forma bastante gradativa, a recessão está terminando e especialmente no segundo semestre ocorrerá a retomada do crescimento do setor industrial".
O economista destaca, ainda, que os desequilíbrios macroeconômicos, como a inflação e o setor externo, foram corrigidos, e que a queda da taxa de juros impactará a economia especialmente no último trimestre do ano, o que favorecerá a retomada mais consistente do setor industrial. Paralelamente, no processo de recuperação, o setor industrial será beneficiado pelo forte crescimento das exportações decorrente da taxa de câmbio em patamar favorável ao setor exportador.
Na passagem de fevereiro para março deste ano, as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultado negativo, com destaque para os bens de consumo duráveis, que recuaram 8,5%. Os bens de capital, que são as máquinas e equipamentos, caíram 2,5%, assim como os bens intermediários, que são os insumos industriais para o setor produtivo. Os bens de consumo semi e não duráveis caíram 1,8%.
Quinze das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram queda na produção entre fevereiro e março, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-23,8%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,3%).
Entre os nove ramos que ampliaram a produção em março, a contribuição mais importante veio dos produtos alimentícios (1,3%). A alta do setor eliminou parte do recuo de 2,4% de fevereiro de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário