sexta-feira, 28 de outubro de 2016

“Construindo o Grande ABC” aponta boas perspectivas para o setor imobiliário

Por Vivian Silva 

O setor imobiliário deve melhorar nos próximos meses, segundo especialistas. O clima de otimismo pôde ser percebido ao longo do evento Construindo o Grande ABC, que ocorreu em 27 de outubro, nas dependências da Fundação Santo André. Promovido pela Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (ACIGABC), o evento - com programação variada - contou a presença de autoridades, entre elas, do secretário de Habitação de São Paulo, Rodrigo Garcia. 

Na ocasião, o secretário Garcia apresentou o "Programa Lotes do Morar Bem, Viver Melhor" | Foto: Divulgação 
A quarta edição do Construindo o Grande ABC, além de trazer dados do mercado, teve uma atenção especial aos profissionais da área, conforme explica o diretor de Marketing e Comunicação da ACIGABC, Henrique Sotere. “Esse evento, com certeza, é o principal evento do calendário das construtoras, incorporadoras e imobiliárias do Grande ABC, é um evento que reúne toda a cadeia da construção civil aqui da nossa região. Este ano, particularmente, a gente tentou um formato diferente, por conta desse movimento de retomada do mercado... Então, a gente procurou inovar no sentido de trazer nesse segundo painel uma programação voltada para a parte de vendas”, explica. 

Desta maneira, o encontro contou com palestras como, por exemplo, Gestão de Alta Perfomance para líderes do mercado imobiliário, ministrada por Fernanda Ogeda. Entre os especialistas que também participaram do encontro – e trouxeram informações sobre o setor – estão: o gerente regional de Construção Civil da Caixa Econômica Federal, Rafael Arcanjo e o economista-chefe do Secovi-SP - Sindicato da Habitação, Celso Petrucci. 

Na ocasião, Petrucci comentou que 26% da população do ABC está na faixa etária de 20 a 34 anos, de acordo com dados da Fundação do Sistema de Análise de Dados (SEADE) de 2015. Segundo o especialista, este é um ponto positivo, pois, geralmente, pessoas desta faixa etária são quem adquirem a primeira moradia. 

“A grande notícia é: haja o que houver - lógico que vai depender muito da economia – nós temos uma demanda que está reprimida e teremos uma demanda para os próximos dez anos”, afirma Petrucci.

Para os próximos meses, o presidente da ACIGABC, Marcus Vinicius Pereira Santaguita, também se mostra otimista. “A estimativa (para 2017) é retomar ainda gradativamente. Para o nosso setor voltar ao normal a Selic (taxa básica de juros da economia) tem que estar abaixo de 12%, aí volta a acelerar o mercado. Como a previsão dos economistas é que isso se atinja até dezembro, realmente, o setor vai acompanhar gradativamente isso. Mas o que a gente sente hoje é um ânimo muito grande dos empresários em lançar (novos empreendimentos). Já começa a ter uma procura um pouco mais intensa dos clientes nos plantões, a gente acredita que em 2017 a coisa já comece a movimentar bem melhor do que foi em 2015 e 2016”. 

Santaguita atribui este movimento de otimismo ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, pois o governo Dilma não tinha governabilidade, no ponto de vista dele, o que gerava desconfiança para investimentos no setor. 

Feirões de imóveis 
Para aquecer ainda mais o setor imobiliário, estão previstos dois feirões de imóveis. O 1º Feirão Morar Bem, Viver Melhor será realizado em 5 e 6 de novembro, das 9h às 20h, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Já a grande novidade é o feirão que ocorrerá no ABC, no Extra Anchieta, em março de 2017, em data a ser definida.  “A gente vai trazer uma política de preços realmente baixos (para o feirão), algo bem atrativo, porque se a gente não vier com preço, não terá resultado”, sintetiza o diretor de Marketing e Comunicação da ACIGABC. Sotere ressalta ainda que o preço do metro quadrado no ABC é uma vantagem competitiva, pois além da proximidade com São Paulo, na região há infraestrutura semelhante à capital e boa estrutura de mobilidade urbana. 

Soluções para o déficit habitacional 
Um estudo divulgado em agosto deste ano pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC aponta que há no ABC um déficit habitacional de 230 mil moradias. A análise foi realizada por meio de um Termo de Cooperação Técnico-Científica entre a entidade e a Universidade Federal do ABC (UFABC).

Para solucionar este problema, uma das soluções apontadas pelo secretário de Habitação de São Paulo, Rodrigo Garcia, durante o evento Construindo o Grande ABC, é a realização de Parceria Público-Privada (PPP) para a construção de moradias, que permite também um projeto de revitalização urbana, com exploração comercial em áreas térreas, por parte da concessionária responsável pela construção, em alguns casos. Além disso, a PPP inclui manutenção predial e apoio ao condomínio durante 20 anos. 

“O ABC tem as características necessárias para a constituição de uma Parceria Público Privada (PPP) na área de Habitação de Interesse Social (HIS), isso depende fundamentalmente do setor imobiliário e das Prefeituras nessa organização de um projeto, para que o Estado possa entrar como apoiador. Hoje, a PPP está em funcionamento no centro da cidade de São Paulo (na região da Luz) e na região metropolitana da cidade de Guarulhos, Itaquaquecetuba e Arujá, ou seja, na zona Leste da região metropolitana por conta do estado ter uma grande área pública ainda não urbanizada naquela região, será a segunda PPP. Mas nós estamos abertos a dialogar sobre isso com o setor imobiliário e com as Prefeituras”, afirma Garcia. 

Na ocasião, o secretário também apresentou o Programa de Lotes do Morar Bem, Viver Melhor, programa que permite a aquisição de lotes, com subsídio do governo do estado de até 90% do valor da área, por famílias com renda entre um e cinco salários mínimos.

“A gente abre inscrições, identifica os mutuários, e dá a ele a carta de crédito para que ele pague o loteador à vista e fique devendo um pedaço só para o Estado, na nossa política de subsídios”, explica Garcia. Por exemplo, nesta iniciativa, uma pessoa com renda de um salário mínimo tem um subsídio de 90% do lote, e paga ao governo uma parcela com valor médio entre R$ 42 e R$ 59. 

Para mais informações sobre os programas habitacionais acesse os portais www.habitacao.sp.gov.br e www.cdhu.sp.gov.br.



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