Da Redação
De acordo com o Anuário do Mercado Ilícito 2016, lançado pelo Departamento de Segurança (Deseg) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o valor do mercado ilícito de brinquedos movimentado em 2015 no estado de São Paulo foi de R$ 258,5 milhões, o que representa 11,8% do que fatura o setor.
De acordo com o diretor do Deseg, Ricardo Lerner, a perda de impostos pela ilegalidade chega a R$ 81,3 milhões, o suficiente para custear 44 escolas de ensino básico ou 21.148 alunos, ou ainda, 36 hospitais. “O mercado ilegal cresce mais do que a economia no País e causa efeitos negativos para a indústria”, comenta.
Valor representa mais de 10% do faturamento do setor | Foto: Reprodução |
O setor de empregos também é afetado com o mercado ilícito. No ano passado, a ilegalidade no setor de brinquedos deixou de gerar R$ 55 milhões em renda para os trabalhadores, que poderiam abrir 3.354 postos de trabalho formais.
Para Lerner, além dos números assustadores, o mercado ilícito de brinquedos, que é 100% transnacional, ou seja, é alimentado por contrabando de produtos de péssima qualidade, que representam riscos à saúde dos usuários, que em geral são crianças. O diretor dá alguns exemplos:
• Uso de tinta tóxica, que contém maior teor de metal, caso do chumbo usado para destacar a cor e chamar mais atenção
• Baterias e conexões elétricas que podem dar choques
• Peças pequenas e de baixa qualidade que podem se soltar e ser engolidas
• Tecidos inflamáveis
Anuário de Mercados Ilícitos
O Anuário foi criado com o objetivo de analisar o impacto negativo do mercado ilícito na indústria de alimentos, automóveis, brinquedos, eletrônicos, higiene e perfumaria, medicamentos, químicos, tabaco e vestuário. Em 2015, o mercado ilegal movimentou R$ 13,2 bilhões, deixando de gerar 111.598 empregos formais e R$ 3,02 bilhões em renda (salários e lucro). A perda do governo federal em arrecadação chegou a R$ 2,81 bilhões – o suficiente para custear 1.522 escolas de ensino básico, 1.232 hospitais ou montar uma nova corporação para a Polícia Rodoviária, do mesmo tamanho da atual. O crescimento do mercado ilícito nestes setores, de 2010 a 2015, foi de 18%.
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