segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Crescimento do agronegócio brasileiro será maior que a média mundial

O desempenho do agronegócio brasileiro no período de 2016 a 2026 será melhor do que a média mundial para produtos como soja, milho, açúcar e carnes (bovina, suína e frango). Apesar disso, não repetirá para os próximos dez anos a robusta taxa de crescimento apresentada na última década, em relação à produção e às exportações das principais culturas. A conclusão é do Outlook Fiesp 2026 – Projeções para o Agronegócio Brasileiro, levantamento elaborado pelo Departamento de Agronegócio (Deagro) da Fiesp, que reúne diagnósticos e projeções do setor para os próximos dez anos, em termos de produção, produtividade, consumo doméstico e exportações.

Exportação mundial de soja chegará a 49% em 2026, segundo levantamento da Fiesp  | Foto: Divulgação
O presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, ressalta que “há muitos e grandes desafios de curto prazo, especialmente da situação econômica do País, que afetam diretamente o desempenho do agronegócio, mas também há muitas oportunidades”. Skaf lembra que, atualmente, 60% das exportações do setor passam por algum tipo de industrialização. “Precisamos abrir novos mercados, como o asiático, para aumentar essa proporção. Se o governo fizer o que precisa ser feito em termos de política comercial, alcançaremos números ainda mais significativos”.  

De acordo com o Outlook Fiesp 2026, a participação do mercado brasileiro nas exportações mundiais de soja, por exemplo, chegará a 49% em 2026, com crescimento anual de 4,6%, acima dos 2,7%, em média, dos demais produtores.

A projeção para o milho brasileiro, que passou a ser disputado no mercado internacional pela sua qualidade, é de crescimento anual de 8,8%, com a participação nas exportações mundiais de 23% ao final do período projetado. Para a safra 2025/2026, estima-se aumento de 21% no consumo interno, puxado pelo setor de proteínas animais. 

No caso do açúcar, o Brasil - que já é o grande supridor mundial - em dez anos será responsável por metade do que é comercializado internacionalmente, segundo as projeções da Fiesp, com taxa de crescimento de 2,2% ao ano. Vale destacar que 2016 foi um ano importante de recuperação para o setor, impulsionado pela forte alta do preço do açúcar, em razão do desequilíbrio ocorrido no quadro de suprimento global. 

Segundo o gerente do Deagro, Antonio Carlos Costa, 2017 também pode marcar o início da recuperação para as carnes, como a de frango e suína, que enfrentaram uma “tempestade perfeita” em 2016, com aumentos históricos dos custos de produção, somados ao consumo estagnado por conta da redução do poder de compra da população.



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