domingo, 9 de julho de 2017

Faturamento das MPEs paulistas volta a aumentar

O faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas apresentou crescimento real (já descontada a inflação) de 3% no primeiro trimestre de 2017 sobre igual período de 2016. Esse resultado interrompeu uma série de 11 trimestres consecutivos de queda na receita das MPEs em relação a igual trimestre do ano anterior. Os resultados são da pesquisa de conjuntura Indicadores Sebrae-SP.


Por setores, no primeiro trimestre de 2017 na comparação com o mesmo período de 2016, comércio (+3,5%) e serviços (+6,9%) registraram crescimento na receita real. A indústria apresentou queda no faturamento real (-10,3%).

O desempenho das MPEs em março contribuiu para o resultado. No mês, o faturamento das MPEs ficou 8,2% maior do que em março de 2016, descontada a inflação. A receita total das MPEs no período foi de R$ 53,9 bilhões, ou R$ 4,1 bilhões a mais do que a de março do ano passado.

Não fosse o resultado de fevereiro, as MPEs paulistas teriam registrado quatro meses seguidos de alta no faturamento. Em dezembro e janeiro, a elevação do faturamento das MPEs foi de 7,6% e 3,9%, respectivamente, em relação a iguais meses de um ano antes. Mas em fevereiro, houve queda de 3,3% sobre fevereiro de 2016, quebrando a sequência positiva. Contudo, caso fossem descontados os fatores sazonais, incluído aí o dia útil a menos, fevereiro teria apresentado crescimento de 3% na receita real.

“Enfim, um respiro. Os dados desse primeiro trimestre mostram que há uma evidente evolução dos ganhos dos pequenos negócios do Estado de São Paulo”, afirma o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. “Ao desconsiderarmos os efeitos do dia útil a menos de fevereiro, vemos que as empresas têm mantido uma sequência no azul, o que sinaliza uma retomada que, acredito, possa se consolidar mais adiante. É nisso que também acreditam os empresários, que estão mais confiantes na retomada econômica”.

“A alta de 3% no faturamento das micro e pequenas empresas no primeiro trimestre é uma notícia significativa, pois o resultado positivo constatado em um período maior dá um retrato mais nítido do que está acontecendo, já que vem sem oscilações pontuais”, explica o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

A inflação baixa contribuiu para as vendas das MPEs em março, pois ajudou a preservar o poder de compra das famílias, o grande consumidor dos pequenos negócios. Também tem reflexos no resultado positivo a base fraca de comparação, já que no primeiro trimestre de 2016 o faturamento foi bastante deprimido.

Na análise por setores, o melhor desempenho em março foi o do comércio, cujo faturamento ficou 15% acima do de março de 2016. Na mesma comparação, os serviços registraram alta de 8,4% e a indústria amargou uma queda de 11,8%.

As MPEs da indústria são as mais afetadas pela crise, tanto que na análise por regiões, em março, o Grande ABC, que tem forte concentração industrial, sofreu com um resultado de -5,9%. Em contraste, a região metropolitana de São Paulo apresentou aumento de 12,2% no indicador; no município de São Paulo o aumento ficou em 10,6%, e no interior o desempenho foi de crescimento de 4,5%.

Os números também foram positivos no que se refere a empregos e salários. O pessoal ocupado nas MPEs paulistas aumentou 3% em março ante um ano antes. A folha de salários cresceu 8,2% e o rendimento dos empregados subiu 4,6% na mesma comparação.

MEI
O faturamento do Microempreendedor Individual (MEI) recuou 0,2% em março em relação a igual mês do ano anterior. No entanto, houve uma redução no ritmo de queda, ante o que vinha sendo registrado até janeiro deste ano. Em fevereiro de 2017 sobre fevereiro de 2016 já havia ocorrido uma variação menor que nos meses anteriores (-0,1%). A receita total dos MEIs em março foi de R$ 3,7 bilhões, R$ 7,8 milhões abaixo do registrado em março de 2016.

Por regiões, o interior vem apresentando desempenho melhor, uma vez que houve crescimento de 2% no faturamento em março sobre um ano antes e foi o segundo mês consecutivo de aumento nessa comparação. A região metropolitana de São Paulo teve diminuição de 2,1% no faturamento no mesmo período.

Quanto aos setores, os MEIs da indústria apresentaram elevação de 11,8% no faturamento em março. Comércio e serviços foram no sentido contrário com retração de 5,7% e 0,8%, respectivamente, no indicador.

Expectativas
Em abril, 48% dos donos de MPEs esperam manutenção do faturamento da empresa. Houve aumento na parcela dos que aguardam melhora, de 21% um ano antes para 37% em abril deste ano. Quanto à economia brasileira, 50% acreditam em estabilidade para os próximos seis meses e 29% esperam aumento no nível de atividade. Na comparação com igual mês do ano anterior, houve elevação dos que falam em melhora na economia, de 17% para 29% em abril de 2017.

Por sua vez, a parcela de MEIs que espera melhora para o seu faturamento passou de 42% em abril de 2016 para 51% em abril deste ano. Já 39% deles aguardam estabilidade e 7% esperam diminuição na receita; em abril de 2016, 16% tinham essa expectativa. A proporção dos que creem no aumento na receita subiu de 42% para 51%, de abril de 2016 para abril de 2017.

Em relação à economia do País, 44% dos MEIs preveem melhora nos próximos seis meses; em abril de 2016, esse grupo era de 27%. Outros 38% falam em estabilidade. Os que mencionam piora são 16%, grupo substancialmente menor do que em abril de 2016, quando somavam 33%.

Já a parcela dos que acham que a economia vai melhorar diminuiu de 50% no ano passado para 44% em abril deste ano.

A pesquisa
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.


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