quinta-feira, 1 de junho de 2017

Alta do PIB significa o fim da recessão?

Após meses de queda, os dados econômicos voltam a mostrar sinais de recuperação. Divulgado pelo IBGE, o PIB brasileiro teve alta de 1% no último trimestre, sendo maior do que a projeção da equipe econômica (0,7%). Em comparação com o mesmo período no ano passado, é possível notar que houve uma queda de 0,4% do PIB. Entre os últimos dois anos, o país entrou em uma das maiores recessões de sua história, caindo 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. O crescimento atual, é demonstrado pela boa safra e exportações que houve no setor da agropecuária, como analisam os economistas:



“Em relação ao PIB que ficou em 1%, a principal explicação é o agropecuário, que cresceu 13,4%. Entendo que esses números são um ponto fora da curva, e para os próximos trimestres podemos esperar algum enfraquecimento, uma queda de ritmo, principalmente em função da crise política e as incertezas decorrentes dela com efeito sobre a economia como um todo. A demanda agregada as despesas da família caíram 1,9%, os investimentos declinaram 13,7%, que é a formação bruta de capital, de forma que não vemos sinais de recuperação consistente", comenta Vicente Koki analista-chefe da Diamond Mountain Investimentos

“A realidade do PIB brasileiro no primeiro trimestre do ano é um pouco diferente do que refletem os números divulgados hoje pelo IBGE. Apesar do crescimento de 1% contra o último trimestre do ano passado, a abertura dos componentes do PIB mostra que a agropecuária foi o principal motor do crescimento pelo lado da oferta, devido principalmente a grande safra que tivemos e os seus impactos sobre as exportações. Do lado da demanda, o consumo das famílias, decepcionou mais uma vez, caindo 0,1% contra o trimestre passado. Significando que mesmo com números relativamente favoráveis, o PIB ainda não demonstra a retomada do crescimento propriamente dito", analisa Rafael Sabadell Gestor da GGR Investimentos.

“Este número de 1% do PIB é um número bastante positivo porque é uma quebra nas sucessivas divulgações negativas. A comparação é em relação ao trimestre anterior, pois no período do ano passado o PIB representa uma queda de 0,3% que não é tão forte, e fato os sinais de melhoria na economia vão se confirmando. Porém, uma única coisa que devemos ficar atentos é que esse número está sendo puxado pelo crescimento da agropecuária e das exportações, então no caso da demanda interna que tem a ver com o consumo das famílias principalmente, então não houve crescimento. Em questão das finanças é importante que as pessoas tenham cautela ainda com relação à gastos excessivos ou extremamente otimistas do ponto de vista das finanças pessoais, porque a retomada do emprego ainda não aconteceu", afirma, André Bona, educador financeiro do Blog de Valor.

"A divulgação do PIB mostrando o crescimento de 1% é ótima para o momento em que o Governo Temer passa. Ver o país saindo de uma recessão de forma tecnicamente, traz mais confiança ao consumidor - que ficou estável nos dados do IBGE - e também o investidor, o aumento do fluxo cambial no país, fazendo o dólar ter uma queda. Para o próximo trimestre, a crise deve vir atrelada ao dados, mas mostra que o Brasil começa a caminhar com melhores para o futuro", analisa Fernando Bergallo, Diretor de câmbio da FB Capital.


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