quinta-feira, 9 de março de 2017

PIB cai pelo segundo ano consecutivo e recua 3,6%

Por Vitor Lima

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última terça-feira (7), os números do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil referentes a 2016. O índice é composto pela soma de todos os bens e serviços gerados no País no ano – portanto, é o que mede o “tamanho” da economia nacional. E os dados confirmaram aquilo que já era esperado: a economia brasileira recuou pelo segundo ano consecutivo – a queda foi de 3,6%. 

Esse dado, junto ao mau resultado registrado em 2015 (-3,8), caracteriza a pior recessão econômica da história do País. Isto porque a única vez o Brasil havia registrado duas quedas consecutivas foi no biênio 1930/1931. Contudo, à época, o decréscimo foi menor: 2,1% e 3,3%, respectivamente.  

Meirelles aposta na recuperação da economia em 2017; porém, especialistas ainda estão receosos | Foto: Marcelo Camargo/AgBr

As quedas de 2016 atingiram os três setores monitorados – Serviços (-2,7%), Indústria (-3,8%) e Agropecuária (-6,6%) –, algo incomum. As retrações, evidentemente, prejudicaram a parte mais fraca da cadeia, a população, que obervou o PIB per capita cair 4,4% em termos reais e atingir R$ 30.407. 
O coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, não se surpreendeu, mas lamentou os índices: “A queda foi muito forte”, reflete. 

Ainda na terça-feira (7), o ministro da Fazenda Henrique Meirelles comentou que a economia brasileira começou a mostrar os primeiros sinais de crescimento. Meirelles aposta no crescimento econômico em 2017 e afirmou que “o Brasil, hoje, já é um País que volta ao normal”. 

Por sua vez, Balistiero pondera que se houver crescimento ele será “bem pequeno”, quase inexpressivo. O último boletim Focus (relatório do Banco Central que mede as expectativas do mercado referentes à economia do País), divulgado em 3 de março, prevê que o PIB brasileiro cresça apenas 0,49% neste ano. 

“Se existe alguma chance de crescimento este ano, ela vai ser puxada pelo setor agropecuário. Não tem nenhum outro setor que tenha dado qualquer possibilidade de reação. Quando eu vejo o ministro da Fazenda falar com o otimismo que ele fala, ele está depositando toda a confiança dele numa safra recorde este ano”, explica o coordenador do curso. De fato, no fim do ano passado o setor em questão foi o único a indicar algum sinal de recuperação, pois fechou o quarto trimestre com alta de 1%. 

Mas, o especialista aposta que mesmo que a agropecuária proporcione esse pequeno crescimento ao PIB nacional, a população ainda não será atingida positivamente. Para Balistiero, a intenção do governo de Michel Temer de avançar em reformas impopulares, como a reforma da Previdência, deixará o brasileiro ainda mais receoso. “O que vai acontecer em 2017, é que as pessoas terão a sensação de que, além das coisas continuarem muito ruins, o governo ainda estará cortando direitos”, conclui.



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