segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Nem todos podem diversificar os investimentos

Da Redação

A busca pela estabilidade financeira muitas vezes pode fazer com que o investidor corra riscos desnecessários sem perceber, devido a alguns atos precipitados. Analisar as opções com cautela antes de tomar a decisão final pode fazer a diferença entre ganhar, preservar ou até perder o poder de compra de um patrimônio. A vida e os mercados são imprevisíveis no longo prazo, portanto, estar preparado para bons e maus momentos é essencial. O Planejador Patrimonial do Grupo GGR, Fernando Marcondes, autor do modelo BPC (Blindagem do Poder de Compra), afirma: “Estou certo de que vamos enfrentar  outra grande crise entre os próximos 5 ou 7 anos. Esse é um processo cíclico e imprevisível. É essencial que estejamos preparados e nesse caso, a diversificação é um seguro grátis contra crise”. 

É muito comum investidores se sentirem protegidos por possuírem diferentes vencimentos de títulos de Renda Fixa de diversos emissores (Governo, Bancos, Empresas) mas, segundo Fernando Marcondes, na realidade eles estão expostos a uma única classe de ativo, o da renda fixa. Nesse caso, quando a taxa de juros sobe o investidor perde e vice-versa. Em contrapartida, caso possuam ao mesmo tempo investimentos em outros tipos de risco, a perda em um investimento pode ser bastante amenizada com o retorno de outros investimentos.  “A melhor opção é não colocarmos todos os ovos em uma única cesta, pois a diversificação é o que pode evitar grandes perdas, portanto, qualquer concentração é muito ruim porque ela é arriscada. E quando se concentra em ativos ilíquidos ou instáveis pode ser ainda pior. Entretanto, nem todos podem diversificar. Uma pessoa que possui um patrimônio de R$ 10 milhões, sendo que deste total, R$ 8 milhões estão divididos entre o apartamento que ela mora e a sua casa de praia e ambos ela insiste em não vender. Esta pessoa não tem liberdade de diversificar e correr riscos para remunerar melhor os R$ 2 milhões que estão líquidos”, alerta Marcondes. 

Ao procurar por estratégias para proteger o patrimônio, o investidor deve sempre buscar por:

1.        Construir o patrimônio de forma adequada;
a.    Visar o equilíbrio entre patrimônio Financeiro, imobilizado, societário e familiar; 

2.        Preservar o poder de compra do patrimônio que construir;
a.    Remunerar o patrimônio construído acima da nossa inflação pessoal, ou seja, de forma com que consiga comprar nos próximos 10 – 20 – 40 anos, no mínimo os mesmos bens e serviços que compra hoje, mantendo o mesmo padrão de vida.

Para preservar o poder de compra do patrimônio não existe uma fórmula mágica, mas só existe uma maneira: buscar de uma forma adequada investir em ativos com alto retorno esperado, que superem a inflação pessoal, com uma visão de longo prazo e correndo mais riscos, mas ao mesmo tempo, ter liberdade para viver tranquilo no curto prazo, pagando as despesas do dia-a-dia, sem precisar utilizar o que foi investido nos ativos de longo prazo. 

Quanto maior o retorno esperado de um ativo, maior o risco que se corre e maior deve ser o horizonte de tempo a ser observado, com isto, para se proteger, maior deve ser a diversificação. “A diversificação dos investimentos tem que ser feita de uma forma racional e não emocional, e pode ser considerada um seguro grátis contra crises, mas nem todos têm este privilégio. Por exemplo, supondo uma pessoa que tenha um patrimônio financeiro de R$ 1 milhão e uma despesa média recorrente de R$ 40 mil/mês (R$ 480 mil/ano), só seria adequado buscar investimentos de longo prazo, com maior expectativa de retorno e mais risco, ou até comprar um imóvel se, antes disto, tivesse de 3 a 5 anos de despesas (R$ 1.440 mil a R$ 2.400 mil) investido em ativos líquidos, com baixa expectativa de retorno e baixo risco, porque, caso aconteça algo  de ruim com ela ou com o mercado, não seria preciso resgatar os ativos de longo prazo ou vender um imóvel (na hora errada)”, explica o Planejador Patrimonial. 

Da mesma forma, supondo a pessoa com o mesmo patrimônio financeiro, mas com uma despesa anual de R$ 200 mil e R$ 800 mil de patrimônio, poderia ter R$ 600 mil de colchão investido em ativos de curto prazo e poderia tranquilamente investir os R$ 400 mil restantes diversificados em ativos de longo prazo. Claro que isto pode mudar de dependendo do caso, um estudo minucioso tem que ser feito, mas o princípio é o mesmo, mas, se você pode diversificar, porque não diversifica e, se não pode, porque o faz? De acordo com o Planejador Patrimonial, a lição básica do planejamento consiste na construção adequada e proteção do poder de compra do patrimônio construído. Pois, não adianta acumular e após alguns anos, o valor alcançado não ser o suficiente para comprar as mesmas coisas que se compraria hoje. Ou seja, é preciso buscar um rendimento maior do que a própria inflação pessoal, e é a diversificação eficiente que pode proporcionar isso. Mas antes é preciso adequar o patrimônio para que se tenha a liberdade de diversificar.



Nenhum comentário:

Postar um comentário